Mil pedaços
Carrego em mim
pequenos cacos
bordas afiadas de histórias
que não couberam no tempo
Eles dormem em silêncio
mas às vezes, cortam
Outras vezes
me moldam
A dor não tem nome
Ela grita no corpo
e se cala na alma
como se esconder fosse forma de existir
Quero juntar esses pedaços
não para ser inteira
mas para me reconhecer
até nas partes que doem
Porque sou feita disso
de fragmentos
de sobrevivências
de marcas que não se veem
mas gritam mais alto
do que qualquer palavra
Gaby Kraft